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Cinco filmes recomendados para a Semana Santa

Semana Santa é um período propício para conhecer e refletir mais sobre o sentido de ser cristão, o que é melhor com a ajuda de um bom filme. A seguir, cinco obras cinematográficas com temática de fé que marcaram e mudaram a vida de muitos de seus telespectadores.
Ressurreição (2016)
Começamos a lista com um filme que estreou no Brasil no último dia 17 de março, às vésperas da Semana Santa. De acordo com a Sony, “Ressurreição” apresenta “a épica história bíblica da ressurreição contada pelos olhos de um incrédulo. Clavius (Joseph Fiennes), um poderoso tribuno militar romano, e seu assistente, Lucius (Tom Felton), têm a tarefa de resolver o mistério do que aconteceu com Jesus nas semanas seguintes a crucificação, a fim de refutar os rumores de um Messias ressuscitado e evitar uma revolta em Jerusalém”.
A Paixão de Cristo (2004)
É uma adaptação dos últimos dias de Jesus Cristo realizada por Mel Gibson. Filmado em latim e aramaico, idiomas que Jesus falou, e projetado em todo o mundo em versão original por desejo do diretor, o filme atraiu a atenção de todos pela crueza e realismo de suas imagens.
Ben Hur (1959)
William Wyler assinou uma épica superprodução protagonizada por Charlton Heston, Stephen Boyd e Jack Hawkins que obteve onze prêmios Oscar. Narra a história de dois velhos amigos que se enfrentam e na qual não se mostra o rosto de Jesus Cristo, embora sua presença marque toda a vida de Judah Ben-Hur.
Um remake deste filme estreará ainda este ano, dirigido por Timur Bekmambetov e com Jack Huston como o personagem principal. O brasileiro Rodrigo Santoro também faz parte do elenco, no papel de Jesus Cristo. O primeiro trailer deste remake foi divulgado na semana passada.
Jesus de Nazaré (1977)
Embora se trata de uma minissérie de televisão e não de um filme, o trabalho de Franco Zeffirelli é talvez o melhor relato sobre o nascimento, feitos e morte de Jesus Cristo. O Beato Paulo VI, depois de assistir essa produção, recebeu em audiência o diretor de cinema Franco Zeffirelli e agradeceu-lhe por este trabalho sobre a vida do Senhor. O Papa Francisco também recebeu o diretor na Casa Santa Marta em Audiência Privada na terça-feira, 15 de março.
Os Dez Mandamentos (1956)
Charlton Heston volta a aparecer neste épico com a adaptação da passagem de Moisés e os Dez Mandamentos, dirigida pelo lendário Cecil B. DeMille. A superprodução é de proporções bíblicas: possui quase quatro horas de duração e seus avançados efeitos especiais renderam um Oscar aos diretores. A cena da abertura do Mar Vermelho entrou para a história da sétima arte como uma das mais impressionantes do cinema até então. 

Fonte: Acidigital

A história que Spotlight não contou

Foi no final de outono de 2001. A cobertura de notícias sobre os ataques de 11 de setembro perdia a sua força e meia dúzia de jornalistas de investigação trabalhavam juntos em uma sala de imprensa em Boston. Estavam reunidos em torno da seguinte grande história:
Desde o começo do verão, a equipe havia rastreado evidências acreditáveis de abusos sexuais cometidos por mais de 70 sacerdotes nessa Arquidiocese. Nenhum dos casos havia sido divulgado. A história era grande, mas ainda não era suficiente.
Segundo o filme “Spotlight”, o qual relata como Boston Globe divulgou o escândalo de abusos sexuais do clero em 2002, o editor Marty Baron não só estava interessado em dar um golpe na Igreja. Ele queria fazer mais dano.
Em uma cena chave, Baron disse a sua equipe: “Provem que os sacerdotes estavam sendo protegidos de ser processados e que eram designados uma e outra vez”.
O filme termina quando a primeira edição de Globe sobre o escândalo chega nas ruas no domingo, 6 de janeiro de 2002. A propaganda diz: “Igreja permite abusos dos sacerdotes durante anos: Consciente dos antecedentes de Geoghan, a Arquidiocese o designa de paróquia em paróquia”.
Como o título do filme sugere, o filme “destaca” (spotlights) o trabalho dos jornalistas para evidenciar a má gestão das denúncias de abusos sexuais em Boston ao mais alto nível. Entretanto, o que o filme não fez foi contar a história do que aconteceu depois disso.
Depois das revelações sobre as investigações de Globe, o Bispo de Belleville, Wilton Gregory, então presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América, emitiu uma declaração formal expressando uma “dor profunda pela responsabilidade destes abusos cometidos por alguns de nossos sacerdotes sob nossa vigilância”.
Em junho daquele ano, os bispos dos Estados Unidos decidiram que seria necessária uma política coordenada e uma resposta da conferência episcopal, e aprovaram por unanimidade a “Carta para a Proteção de Crianças e Jovens”.
É importante compreender que, antes de 2002, a maneira pela qual uma diocese investigava as acusações de abusos sexuais estava nas mãos do bispo local (a Arquidiocese de Denver emitiu primeiro seu Código de Conduta em 1991).
Com a nova Carta, iniciaram procedimentos uniformes para administrar as acusações de abusos sexuais não só do clero, mas também de professores leigos, funcionários das paróquias e qualquer outro adulto que tivesse contato com a juventude em nome da Igreja. Em uma ação sem precedentes, comprometeram-se a prover um “ambiente seguro” para todos as crianças nas atividades patrocinadas pela Igreja.
Outros componentes importantes foram uma política de “tolerância zero” para abusos sexuais, investigação de antecedentes para todos os funcionários da Igreja, obrigação de informar às autoridades civis, a retirada imediata dos acusados de seus ministérios, melhoramento na formação dos seminaristas e, o mais importante, ajuda às vítimas.
Em 2015, a Conferência Episcopal dos Estados Unidos da América informou que 2,4 milhões de adultos e 4,4 milhões de crianças foram formados para identificar e denunciar abusos. Quase todas as dioceses estabeleceram um escritório para coordenar a formação acerca de um ambiente seguro e para proporcionar apoio às vítimas de abusos. Cada diocese faz as denúncias às autoridades civis e trabalha com a lei em casos de conduta sexual imprópria. De acordo com as cifras divulgadas pelos bispos dos Estados Unidos, a Igreja gastou 2,8 bilhões de dólares para indenizar às vítimas.
Desde 2003, o primeiro ano de aplicação da carta, a Arquidiocese de Denver formou a mais de 65.000 adultos e continua treinando cerca de 4.000 a 5.000 a cada ano. 23.000 crianças estão capacitadas e são treinadas a cada ano, em seu nível de grau correspondente.
A Arquidiocese de Denver também colabora com o Estado do Colorado em seu esforço a fim de combater o abuso de crianças em todo o estado. A novidade deste ano é um número de telefone para todo o estado (1-844-CO-4-KIDS) que qualquer pessoa pode utilizar para informar casos de negligência ou abuso de menores.
A série do Boston Globe sobre o escândalo de abusos por parte do clero foi exatamente o que todo jornalista espera que seja seu trabalho – o estímulo que cause a mudança em um sistema que está falhando.
Por que o filme “Spotlight” ignorou os efeitos duradouros que continuaram sendo feitos após a investigação do Globe? Não se sabe, mas é evidente que fizeram muito bem para corrigir os erros do passado e isso é uma vitória para o Globe, para as vítimas e para todos nós.
Este artigo foi publicado originalmente por “El Pueblo Católico” em novembro de 2015. Outro dos dados que o filme não conta é que o ex-sacerdote John Geoghan, acusado de abusar de dezenas de menores, foi condenado à prisão em 2002 e morreu assassinado dentro do cárcere um ano depois.

Fonte: ACidigital

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